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■ O Élder John A. Widtsoe disse:
“Eu sinto que (...) aqueles que se entregam a essa obra com todo seu poder e força recebem ajuda do outro lado, e não apenas para pesquisar a genealogia. Qualquer pessoa que procura ajudar aqueles que se encontram do outro lado recebem em troca o auxílio que necessitam em todas as áreas de sua vida. (...) Recebemos ajuda do outro lado ao ajudarmos aqueles que partiram para além do véu” (Utah Genealogical and Historical Magazine, julho de 1931, p. 104)
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O Milagre da Minha História da Família


A Liahona, Fevereiro de 2008
O Milagre da Minha História da Família
Matthew Mangum
Inspirado em uma história real

“Aconselho a todas as famílias: procurem conhecer seu legado. É muito importante que conheçam (…) aqueles que os antecederam. Descobrimos algo sobre nós mesmos quando aprendemos sobre nossos antepassados.”
(Presidente Thomas S. Monson, Primeiro Conselheiro na Primeira Presidência, “Verdades Constantes numa Época de Mudanças”, A Liahona, maio de 2005, p.21.)

“Ora, essa profecia Adão pronunciou movido pelo Espírito Santo; e registrava-se uma genealogia dos filhos de Deus” (Moisés 6:8).

Meu pai já havia trabalhado bastante na história da nossa família. Eu adorava ouvir sobre os nossos ancestrais que foram pioneiros, sobre os que lutaram na Guerra da Independência dos Estados Unidos, e os que foram reis e cavaleiros na Europa.
“Você gostaria de ir comigo à Biblioteca de História da Família no sábado?” perguntou meu pai um dia.
Com toda certeza! Eu mal podia esperar para ver por mim mesmo os nomes da realeza em nosso gráfico de linhagem.
Chegamos a Salt Lake City e apreciamos a manhã ensolarada de verão, enquanto caminhávamos até a biblioteca. À medida que nos aproximávamos, eu ficava mais ansioso. Dentro daquele prédio imenso, estavam os nomes e as histórias de minha família: pioneiros, guerreiros, cavaleiros e tudo o mais.
Quando estávamos lá, meu pai puxou duas cadeiras em frente a um computador. Nós nos sentamos e ele começou a pesquisar o banco de dados para mostrar-me onde nossa família se unia à linhagem real.
“Hum”, com a testa enrugada. “Não consigo encontrar hoje”, disse finalmente.
Fiquei muito decepcionado. Passamos o restante da manhã olhando os livros que continham histórias de meus ancestrais pioneiros. Gostei daquilo também, mas ainda queria aprender a respeito dos outros ancestrais.
“Não se preocupe”, disse meu pai. “Voltaremos no próximo final de semana.”
A semana passou muito rápido, e logo meu pai e eu estávamos novamente sentados em frente a um computador na Biblioteca de História da Família. Dessa vez, meu pai disse: “Ah! Achei”.
Ele olhou os nomes de reis e rainhas de toda a Europa, registrados lá na minha história da família! Havia tantos nomes e datas que demoraria muitos dias para passá-los para o software da nossa história da família. “Teremos de voltar muitas vezes para pegar todas as informações de que precisamos”, falei.
Uma mulher que trabalhava no computador ao lado viu o que estávamos fazendo. “Também sou dessa linhagem” disse ela. “Trabalho aqui todos os dias para coletar informações sobre esses ancestrais.” Em poucos minutos, ela passou todas as informações dela para um CD e o entregou ao meu pai.
Enquanto voltávamos para o carro, comentei: “O Pai Celestial quer mesmo que encontremos nossos ancestrais, você não acha, pai?”
Ele sorriu. “Acho que você está certo. Se tivéssemos encontrado os ancestrais que estávamos procurando na semana passada, talvez não tivéssemos conhecido nossa nova amiga, aqui, hoje. E se não a tivéssemos conhecido, não teríamos conseguido encontrar tantos ancestrais, tão rápido.”
Eu sabia que o Pai Celestial nos havia ajudado a encontrar o equivalente a quase 1.000 anos de história da família, em uma só manhã. Ele ama nossos antepassados tanto quanto nos ama. Precisávamos ajudá-los, assim como Ele havia nos ajudado — encontrando os nomes, aprendendo a respeito de sua vida e verificando se as ordenanças do templo haviam sido feitas. Um dia, vou encontrá-los e poderemos ser uma família eterna.

 

 

Família Celebra o Legado de Antepassado Que Reservou — e Depois Cancelou — Passagem no Titanic

Enviado por Melissa Merrill, Notícias e Acontecimentos da Igreja
6  de abril de 2012

Em 1912, dias antes de embarcar para os Estados Unidos a bordo do Titanic, o Élder Alma Sonne — que viria a se tornar assistente do Quórum dos Doze Apóstolos — comprou um anel para comemorar a conclusão de sua missão na Inglaterra. Hoje, esse anel serve como uma lembrança à família de Alma da fé de seu antepassado. Fotografia: David Evans.

“Apesar de todas as maravilhas sobre oTitanic, o que trouxe a salvação ao Élder Sonne e seus amigos foi o relacionamento entre eles. Foi uma questão de caráter e espírito assim como ainda deve ser hoje. Isso me leva a ser cuidadoso com o resultado até mesmo de pequenos atos e palavras que afetam outras pessoas (e a mim mesmo). Pequenas decisões podem não ter consequências pequenas” — Alan Sonne, neto do Élder Alma Sonne.

Como o mundo marca o 100ºaniversário desse trágico acontecimento, os descendentes de Alma Sonne — um antigo assistente do Quórum dos Doze Apóstolos — também se lembrarão do legado de fé que seu antepassado deixou pornão embarcar no Titanic.Nesta semana, as pessoas de todo o mundo vão lembrar-se dos viajantes a bordo do fracassado RMS Titanic, o navio que, em sua viagem inaugural de Southampton, Inglaterra à cidade de Nova York, Estados Unidos, desastrosamente atingiu um iceberg em 14 de abril de 1912 e afundou bem cedo na manhã seguinte, resultando na morte de mais de 1.500 passageiros.​


História de Alma Sonne​

O Élder Quentin L. Cook, do Quórum dos Doze Apóstolos — que era membro da Estaca Logan, Utah, na qual Alma Sonne posteriormente serviu como Presidente de Estaca — contou a história de Alma naconferência geral de outubro de 2011da seguinte maneira:
“Quando Alma era jovem, tinha um amigo, de nome Fred, que era menos ativo na Igreja. Eles tiveram inúmeras conversas sobre a decisão de servir missão e, por fim, Alma Sonne convenceu Fred a preparar-se e a servir. Ambos foram chamados para a Missão Britânica. No término da missão deles, o Élder Sonne, que era o secretário da missão, fez os arranjos de viagem para o regresso deles aos Estados Unidos. Ele reservou uma passagem no Titanic para si mesmo, para Fred e para outros quatro missionários que também tinham terminado sua missão.
Quando chegou a hora de viajar, por algum motivo, Fred se atrasou. O Élder Sonne cancelou todas as seis reservas no novo transatlântico de luxo, em sua viagem inaugural, e reservou passagens em um navio que partiria no dia seguinte. Os quatro missionários que estavam animados com a viagem no Titanic expressaram sua decepção. A resposta do Élder Sonne parafraseava a história de José e seus irmãos no Egito, registrada em Gênesis: ‘Como voltaremos a nossas famílias, se o moço não for conosco?’ Ele explicou a seus companheiros que todos tinham ido para a Inglaterra juntos, e todos deviam retornar para casa juntos. O Élder Sonne posteriormente soube do naufrágio do Titanic e, com gratidão, disse a seu amigo Fred: ‘Você salvou minha vida’. Fred respondeu: ‘Não, fazendo-me vir para a missão, você salvou a minha vida’. Todos os missionários agradeceram ao Senhor por preservar-lhes a vida”.
O Élder Cook continuou: “Às vezes, como aconteceu no caso do Élder Sonne e de seus companheiros missionários, grandes bênçãos advêm aos que são fiéis. Devemos ser gratos por todas as misericórdias que recebemos em nossa vida”.​


Lições para as Gerações Futuras​

Um dos netos de Alma, Scott Sonne da Califórnia, disse que aprendeu uma importante lição sobre tais ternas misericórdias por meio da história do Titanic , a qual ouve desde o início de sua adolescência.
“Uma coisa que associo [à história do meu avô] é o princípio de que o que parece ruim pode vir a ser bom, e que por causa de nossa perspectiva mortal devemos ser lentos em considerar um acontecimento específico um infortúnio”, disse ele. ”Essa é a mensagem de Gênesis 50:20, onde José descreve os maus-tratos de seus irmãos, dizendo: ‘Vós bem intentastes mal contra mim; porém Deus o intentou para bem’.
Tenho certeza de que na época o vovô Sonne talvez tenha achado que perder a viagem doTitanic tinha sido um infortúnio , só para mais tarde perceber que de fato fora para o seu bem.”
O irmão de Scott Alan Sonne, também da Califórnia, reconhece que sua existência hoje é o resultado das ternas misericórdias do Senhor e da fé de seu avô.
“Não sei quanto tempo levou para Alma Sonne decidir cancelar a passagem doTitanic ”, disse Alan. “Deve ter sido uma questão de apenas algumas horas ou talvez até de minutos, pois oTitanic partiria no dia seguinte.”
“Mas o poder daquela pequena decisão afetou a vida e a própria existência de cerca de 100 descendentes”, continuou ele. “Sem essa decisão, nós não existiríamos.” (Esse número, observa o irmão Sonne, aumenta significativamente quando a posteridade dos amigos de Alma também é considerada.)
“Apesar de todas as maravilhas sobre o Titanic, o que trouxe a salvação ao Élder Sonne e seus amigos foi o relacionamento entre eles. Foi uma questão de caráter e espírito assim como ainda deve ser hoje”, disse Alan. Isso me leva a ser cuidadoso com o resultado até mesmo de pequenos atos e palavras que afetam outras pessoas (e a mim mesmo). Pequenas decisões podem não ter consequências pequenas.”
Um Lembrete de um Antepassado Fiel

As lições decorrentes da história de Alma ficaram ainda mais concretas para Alan há quatro anos, quando ele recebeu um pequeno pacote pelo correio de um tio, Alma Sonne Jr. O pacote continha um anel de ouro com as iniciais AS gravadas por fora e as palavras “12 de abril de 1912 Liverpool ” por dentro. Com ele havia uma explicação escrita à máquina que Alan confirmou com parentes.
Ele ficou sabendo que antes de Alma e seus companheiros partirem da Inglaterra e perderem a viagem no Titanic, Alma havia comprado aquele anel e mandado gravar aquelas informações para comemorar o término de sua missão. Depois disso, disse Alan, o anel tornou-se um símbolo para ele da importância de ouvir os sussurros do Espírito, de ter devoção aos amigos e de ter fé.
Alan relata que os filhos de Alma nunca o viram sem o anel em seu dedo até seu falecimento em 1977. Seu filho, Alma Sonne Jr. usou-o durante os 30 anos seguintes e, em seguida, o enviou para Alan, único neto de Alma que compartilhava as iniciais AS. Alan se sente humilde, disse ele, por ter o privilégio de usá-lo hoje em dia.
Para ele, é muito mais do que um artefato interessante. “Anéis são símbolos de promessa, votos matrimoniais e gratidão”, disse ele, “assim sendo tenho em minha mão um lembrete diário de tornar-se um elo de gerações de antepassados fiéis e santos”.
Alan compartilhou a história do anel na Igreja, mas também já o mostrou a colegas do trabalho e outras pessoas porque ele faz parte de uma história de interesse geral. Ao fazê-lo, ele teve a oportunidade de abrir as portas para conversas sobre a Igreja e os princípios que Alma guardava — princípios esses que ele e sua família tentam seguir atualmente.
“Não tenho nenhuma qualidade especial que me faça merecer essa lembrança”, disse ele. “Ele me faz sentir humildade e gratidão por ter algo que me lembra do evangelho, o qual proporciona a mim e minha família tudo que é bom e maravilhoso em nossa vida.”
“Há Milhares de Histórias por Aí”

Embora a história de seu avô e o Titanic fascine desde a infância Jackie Shelline, cujo pai era Alma Sonne Jr., ela disse que na fase atual de sua vida, ela está aprendendo a valorizar a história da família mais do que as histórias que capturam a imaginação.
“Acho que estou ficando cada vez mais interessada em ter todas as histórias de nossa família organizadas e acessíveis”, disse ela. “Essa é a chave para que as gerações futuras compreendam como essas pessoas eram. Quero que as gerações futuras lembrem-se do vovô Sonne — não só por causa da história do Titanic mas também por causa de outras experiências que ele teve. Por exemplo, ele estava muito envolvido com a reconstrução da Alemanha e a revitalização da Igreja na Europa depois da Segunda Guerra Mundial. Esse é o tipo de coisa que todos nós — descendentes ou não — podemos apreciar — ou seja, ter o conhecimento do grande trabalho que as pessoas fizeram e o quanto sua vida influencia o que desfrutamos hoje.”
Ela também ressalta que tais experiências não precisam ser grandiosas para serem importantes.
“Cada família conecta-se com muitas histórias — há milhares de histórias por aí”, disse ela. “Algumas podem ser mais famosas do que outras, mas há muitas que são comoventes por si próprias. Há algo quando somos ligados a uma pessoa por sangue que faz com que a história torne-se especialmente vigorosa, e por meio do estudo da história da família, podemos encontrar grande significado em suas histórias para nossa vida.

Histórias maravilhosas sobre o trabalho da História da Família

Os irmãos neozelandeses Frederick William Hurst e Charles Clement Hurst tornaram- se membros da Igreja na Austrália em 1854 e, mais tarde, imigraram para Utah. Por meio de cartas, procuraram compartilhar o evangelho restaurado com o restante de sua família na Nova Zelândia sem, no entanto, obter sucesso. Fred escreveu: “Meu coração estava tão entristecido que não pude conter as lágrimas”. Em 1875, Fred e Charles foram chamados de volta à Nova Zelândia para servir como missionários,
mas nenhum outr o membro da família se uniu à Igreja. De 1892 a 1893, Fred ajudou a entalhar e pintar o interior do Templo de Salt Lake. Apesar de estar doente e “vomitando muito”, ele acreditava que a conclusão do templo era tão importante que nunca perdeu um dia de trabalho até o término do projeto.
Em uma das últimas vezes que escreveu em seu diário, disse:

“Por volta do dia 1º de março de 1893, eu estava sozinho na sala de jantar, todos tinham ido dormir. Eu estava sentado à mesa quando, para o meu espanto, meu irmão mais velho, Alfred, veio em minha direção e sentou-se a minha frente, à mesa, e sorriu. Eu disse a ele (que parecia tão natural): ‘Quando você chegou a Utah?’ Ele disse: ‘Acabei de chegar do mundo espiritual, o que você está vendo não é o meu corpo, ele jaz em uma sepultura. Eu quero dizer-lhe que, quando você estava na missão, disse-me muitas coisas sobre o evangelho, sobre a outra vida e sobre como o mundo espiritual é tão real e tangível quanto a Terra. Não acreditei em você, mas depois que morri, fui para lá e vi por mim mesmo, percebi que você dissera a verdade. Assisti às reuniões mórmons’. Ele ergueu a mão e disse com muito vigor: ‘Eu creio no Senhor Jesus Cristo de todo o coração. Acredito na fé, no arrependimento e no batismo para a remissão dos pecados, mas isso é tudo o que posso fazer. Dependo de você para realizar o trabalho no templo para mim. (...) Todos nós dependemos de você como nosso líder nessa obra grandiosa’.”

​ A Liahona, setembro 2011, p. 38

Sua Promessa Se Cumpriu
Ted Bainbridge, Colorado, EUA

Numa reunião combinada do sacerdócio e da Sociedade de Socorro, em 2009, o líder do nosso grupo de sumos sacerdotes explicou o desejo da presidência da estaca de que todo adulto levasse um nome da família ao templo dentro de um ano. Ele apresentou programas da estaca e da ala para ajudar os membros a cumprir essa meta. Ao terminar, fez uma promessa da autoridade decorrente de sua responsabilidade pelo programa de história da família, de que, se tentássemos atingir a meta da estaca, teríamos sucesso.
Depois da reunião, minha esposa e eu conversamos sobre a promessa e concordamos que ela não podia se aplicar a mim; havíamos passado os últimos 40 anos investigando cada ramo de nossa árvore genealógica. Meus antepassados eram difíceis de localizar, e não tínhamos feito progresso algum por vários anos. Acreditávamos que não havia mais o que fazer. No entanto, a promessa do líder do grupo não me saiu da lembrança pelos dias que se seguiram. Decidi colocar à prova aquela promessa. Comecei com meu gráfico de linhagem, tentando imaginar o que podia fazer.
Depois de três dias de profunda consideração, senti-me inspirado a procurar num lugar específico alguma informação sobre uma das pessoas que estava no final da linha do meu gráfico. Em menos de metade de um dia de pesquisa na Internet, descobri que outro homem havia pesquisado esse nome numa paróquia da Inglaterra. Um dos nomes mais recentes que ele localizara era a pessoa do final do meu gráfico. Usando essa informação, pude estender minha linha para outras cinco gerações — até os idos de 1650 — e incluir o nome de solteira de várias mulheres em minha linhagem e o nome de vários irmãos e irmãs. Minha mulher e eu ficamos assombrados e felizes.
Algum tempo depois, passei a procurar informações na Internet sobre um tetravô que aparentemente havia desaparecido. Depois de uma breve busca, eu o localizei. Descobri que ele havia-se mudado da Pensilvânia, EUA, para Wisconsin, EUA, pouco depois do falecimento de sua primeira esposa. Com os dados coletados dos registros de Wisconsin, adicionei mais de 400 nomes à história de minha família.
Depois, descobri 100 antepassados que lutaram na Guerra Revolucionária e na Guerra Civil Norte-americana. Tracei seis linhas até 1600.
Durante meus primeiros 40 anos de pesquisa, registrei 65 nomes em meu gráfico de linhagem e quase 3.000 nomes em meu banco de dados. Nos vinte meses depois que o líder do meu grupo de sumos sacerdotes fez sua promessa, adicionei mais de 70 nomes ao gráfico e mais de 17.000 nomes ao banco de dados, inclusive dois presidentes dos Estados Unidos!
O Senhor nos diz que Sua palavra “não passará, mas será toda cumprida, seja pela minha própria voz ou pela voz de meus servos, é o mesmo” (D&C 1:38). Verdadeiramente, a promessa do Pai Celestial, pela voz de um líder do sacerdócio inspirado e autorizado, foi cumprida.
Depois de três dias de profunda consideração, senti-me inspirado a procurar num lugar específico alguma informação sobre uma das pessoas que estava no final da linha do meu gráfico

A história a seguir é um exemplo de como o Espírito ajudou alguém a fazer a história da família:

Ancorage Temple

“Em 1933, [Collin L. Morse] estava cortejando sua futura esposa, Olivia Hatch, em Salt Lake City. O arrocho da depressão era forte e os empregos, escassos. A fim de ganhar algum dinheiro para suprir suas necessidades e preparar-se para o futuro, Collin viajou para Clinton, Montana, para retirar caules de beterrabas. Ele encontrou um pequeno apartamento onde poderia hospedar-se na cidade juntamente com vários outros trabalhadores. De tempos em tempos, ele andava até uma pequena loja, distante alguns quarteirões do apartamento, para comprar (...) suprimentos. (...) A caminhada fazia com que ele passasse por um pequeno cemitério familiar em um campo aberto de alfafa. Sempre que ele passava pelo cemitério, sentia que deveria parar. Na última ida à loja, ele parou e copiou os nomes e datas de
cada uma das lápides. Havia apenas cinco ou seis. Os nomes pareciam pertencer a uma família de sobrenome Mitchell. Ele dobrou o papel e o colocou na carteira. Ele retornou a Utah no dia 14 de dezembro de1934 e casou-se com sua amada no Templo de Salt Lake. O casal foi abençoado com quatro filhos. Nos 22 anos que se seguiram, Collin trabalhou arduamente para sustentar a família.

De tempos em tempos, ele limpava a carteira ou a substituía. Nessas ocasiões sempre sentia que deveria colocar o papel de volta na carteira. Em 1954, Collins e Olivia mudaram-se para Independence, Oregon. Lá, Collin foi chamado para presidir o Ramo Dallas em Dallas, Oregon. Certo domingo, Collin conversava com um membro do ramo que disse estar ansioso para continuar sua pesquisa genealógica, mas que havia encontrado um obstáculo. Collin ouviu o membro atentamente. Ele percebeu que o sobrenome procurado pelo membro era o mesmo que ele havia copiado das lápides havia vários anos.
Collin retirou a carteira do bolso e de lá tirou o papel com a lista dos nomes. Ele entregou a lista ao membro do ramo e perguntou se aquelas informações o ajudariam. O homem olhou surpreso para a lista e respondeu que os nomes eram exatamente os que esteve procurando. O coração de Collin encheu-se de alegria. Ele atendera à voz mansa e delicada”
(Keith Morse, “Still, Small Voice”, Church News, 16 de outubro de 1993, p. 16).


Mais 120 Membros da Família Encontrados

Todos os dias seus esforços beneficiam um número cada vez maior de pesquisadores no mundo. Algumas dessas pessoas compartilharam seu sucesso e sua gratidão conosco. Seguem dois relatos:
“Eu gostaria que vocês soubessem que estive procurando informações sobre Martha Kinsel Holland por aproximadamente dez anos. Felizmente, encontrei o que precisava hoje por volta das 2h da manhã. Que legal! Meus olhos se encheram de lágrimas. Depois de inserir alguns dados onde estava o impasse em minha árvore genealógica, ocorreu uma explosão virtual. Até as 6h da manhã eu tinha localizado mais 120 membros da família. Muito obrigado a todos!”
“Esse é simplesmente o maior e mais conveniente site da Internet. Ter informações à disposição com apenas alguns cliques e apertar de teclas permitiu que eu solucionasse quase todos os mistérios de minha árvore genealógica. Passei 30 anos pesquisando, mas, por causa desse programa, realizei mais nos últimos meses do que em todos esses 30 anos. Muito obrigado a todos vocês.”
Essas histórias se tornam possíveis devido ao tempo e aos esforços disponibilizados por indexadores como você. Agradecemos por tudo o que tem feito!

disse a irmã Wu. “Posso sentir que nossos ancestrais estão ansiosos para que sejam realizadas as suas ordenanças.”

Converter Corações em um País de Templos

Adam C. Olson
Revistas da Igreja

Em 1971, quando os membros ou os missionários falavam a respeito do próprio batismo a Li, Chiun-tsan, que se preparava para ser batizado, descreveram-lhe uma experiência poderosa e animadora. Assim, a fraqueza indescritível que o irmão Li sentiu depois de emergir das águas do batismo não foi exatamente o que ele esperava, e foi certamente algo fora do comum.
Batizado e confirmado em Taipei, Taiwan, aos 17 anos, o irmão Li havia aceitado o cristianismo vários anos antes, mas não achara a paz que procurava, até que o Livro de Mórmon tocou seu coração.
“Senti o Espírito muito fortemente”, diz ele. “O Espírito Santo disse-me que esta era a Igreja verdadeira.”
Por isso, não conseguia entender por que se sentira tão fraco, agora que era membro, e orou para descobrir a razão dessa repentina falta de forças. Uma resposta inesperada traçou o curso de sua vida.
“Eu encontraria forças quando procurasse meus ancestrais para realizar por eles as ordenanças no templo”, lembrou-se ele do que o Espírito lhe sussurrara.
Por mais de 35 anos, o irmão Li, membro da Ala Hu Wei, Estaca Chung Hsing Taiwan, dedica-se à história da família e ao trabalho no templo. Ele e sua esposa, Li-hsueh, traçaram sua linha genealógica até cerca de 5.000 anos, chegando ao Imperador Amarelo, considerado o ancestral de toda a Han Chinesa. Eles já enviaram mais que 100.000 nomes ao templo.
“Às vezes, o trabalho de história da família pode parecer muito pesado”, diz o irmão Li. “Mas o desejo de abençoar os ancestrais de alguém é ricamente recompensado.”
As experiências dos santos dos últimos dias em Taiwan prestam testemunho das bênçãos de participar nas responsabilidades intrinsecamente ligadas à história da família e ao trabalho no templo.

Um País de Templos

Taiwan, uma terra com muitos templos diferentes, é um país em que honrar os antepassados faz parte de uma longa e rica história. Muitas famílias guardam registros que traçam sua linha ancestral por muitas gerações. Inúmeros templos e santuários tradicionais fornecem lugares onde as pessoas acreditam poder comunicar-se com seus ancestrais. Esses edifícios, às vezes centenários e cuidadosamente elaborados, podem ser encontrados quase a cada quarteirão da movimentada Taipei e parecem brotar da vegetação exuberante que cobre a calma zona rural.
“As crenças tradicionais de nosso povo dão muita ênfase aos ancestrais”, diz o irmão Li. “Converter o coração aos nossos pais faz parte da nossa cultura.”
Enquanto a maioria das pessoas procura esses templos em busca de uma bênção de seus ancestrais, existe um templo diferente em Taiwan, no qual as pessoas trazem bênçãos para seus ancestrais, por meio das ordenanças do evangelho restaurado.
Desde a época em que o Templo de Taipei Taiwan foi dedicado, em 1984, ele já concedeu aos membros da Igreja a oportunidade de conseguir bênçãos para eles mesmos e de abençoar seus entes queridos falecidos. Também conferiu um significado eterno aos seus registros de história da família.​

Uma Conexão Especial​

Da mesma forma que a família Li, a família Wu também traçou sua linha familiar até o imperador. Ao fazê-lo, eles descobriram que os filhos de Wu fizeram parte da 150ª geração desde o imperador. A história chamou a atenção da mídia e, em 2005, Wilford Wu, que na ocasião tinha 19 anos, foi escolhido para representar os jovens de Taiwan durante uma cerimônia anual no tradicional túmulo do Imperador Amarelo.
Para a família Wu, membros da Ala Ching Hsin, Estaca Taipei Taiwan Oeste, a história da família tem sido um esforço familiar. O irmão Wu, Chi-Li e sua esposa, Shirley, fizeram grande parte da pesquisa, e Wilford e sua irmã mais velha, Camilla, ajudaram a organizá-la e realizaram as ordenanças do templo para mais de 3.000 antepassados.
O trabalho conjunto ajudou a unir mais a família Wu. Eles dizem que também os ajudou a sentir uma conexão especial com seus ancestrais.
“Fazer o trabalho por meus pais trouxe do céu uma felicidade que eu nunca havia sentido antes”, diz a irmã Wu. “Tenho uma grande vontade de ser eternamente unida a meus ancestrais. Oro para que eles estejam preparados.”​

Muita Ajuda​

Ligar 150 gerações não foi fácil. Assim como outras que se envolvem na busca de seus ancestrais, a família Wu reconhece que teve ajuda.
Depois de voltar 26 gerações, eles não conseguiam prosseguir.
“Tudo o que tínhamos era um apelido”, explica irmã Wu.
No último dia do Ano Novo Chinês, a irmã Wu tinha planos para assistir a uma celebração do feriado, depois de servir no templo. Mas, quando uma amiga oficiante mencionou que ia passar no centro de história da família, localizado no terreno do templo, a irmã Wu sentiu-se impelida a ir com ela.
Abriu um livro que continha informações sobre pessoas com o sobrenome do ancestral que a família não conseguia encontrar. Ao abri-lo, justamente a página aberta continha as informações a respeito desse ancestral em particular. Com as informações, ela e a família puderam ligar-se a outras linhas que os levaram a muitas gerações anteriores.
“Para mim foi uma experiência muito peculiar”, disse a irmã Wu. “Posso sentir que nossos ancestrais estão ansiosos para que sejam realizadas as suas ordenanças.”
Uma Bênção para a Posteridade

O desejo de participar das bênçãos do templo levou Chiang, Jung-feng e sua mulher, Chun-mei, do Ramo Chi An, Distrito de Hua Lien Taiwan, a experimentar outro aspecto da promessa de Malaquias (ver Malaquias 4:6). Além de voltar o coração aos seus pais, eles mesmos, como pais, tiveram seu coração convertido aos seus filhos.
O irmão e a irmã Chiang pertencem a um número cada vez maior de membros da Igreja em Taiwan que encabeçam famílias de três gerações que já foram todas seladas.
“É um prazer observar nossos netos freqüentarem a Igreja”, diz o irmão Chiang, que foi desobrigado recentemente do chamado de conselheiro na presidência do Templo de Taiwan Taipei. “É nosso grande dever ajudá-los a vir a Cristo por meio das ordenanças do evangelho. Não podemos interromper a corrente.”
A família Li acredita que os efeitos das ordenanças do templo iniciam-se com o casal.
“Nosso casamento melhorou depois que fomos selados no templo, embora já vivêssemos os padrões da Igreja”, diz o irmão Li. “O fato de o casal ser selado muda seu relacionamento. Quando a vida termina, você perde tudo pelo que trabalhou durante toda a existência — o carro, o emprego, a casa, o dinheiro. Mas não precisa perder sua família.”
“Isso ajuda o casal a compreender o que é eterno e o que não é”, diz a irmã Li. “Assim, você dedica seus esforços e coloca seu enfoque na família.”
Partindo daí, os efeitos se espalham.
“Quando você reconhece estar em uma família eterna, o amor por seu cônjuge e por seus filhos aumenta”, acrescenta o irmão Li. “Como resultado, nosso lar é mais afetuoso. Encontramos ali maior conforto. O Espírito está ali.”

A Mais Alta Bênção​

Essas famílias de Taiwan dizem que a história da família e o trabalho no templo abençoam tanto a elas como a sua vida, e encontram consolo nas bênçãos prometidas na eternidade.
“Ao trabalhar no templo, experimentamos uma mudança gradual em nossa vida”, diz o irmão Chiang que, juntamente com sua esposa, já realizou ordenanças vicárias por 16 gerações de sua família. “Senti-me rejuvenescer no evangelho!”
O irmão Chiang também acredita que a influência de Satanás diminui na vida daqueles que participam da realização de ordenanças no templo. “Freqüentar o templo traz reverência ao nosso coração”, diz ele. “Esquecemo-nos das coisas mundanas.”
O irmão Wu concorda: “Se pudermos aprender a levar conosco para casa a espiritualidade e a alegria que encontramos lá, isso ajudará nossa família a vencer a atração exercida pelas coisas do mundo e a ficarmos mais próximos de Deus”.
Essas famílias acreditam que receber as ordenanças do templo e proporcioná-las àqueles que não as receberam nesta vida é essencial para alcançarem suas metas eternas.
O Presidente Gordon B. Hinckley ensinou: “As ordenanças do templo são as mais altas bênçãos que a Igreja tem para oferecer”. 
“O principal objetivo de pertencermos à Igreja é voltarmos ao nosso Pai Celestial como famílias eternas”, diz o irmão Chiang. “Para isso, precisamos receber todas as ordenanças essenciais encontradas no templo.”​

Uma Demonstração de Amor​

Durante sua missão, Camilla Wu aprendeu o quanto cada alma é importante para Deus. Camilla sentiu em profusão o amor do Salvador pelas muitas pessoas que pôde ensinar.
“Quando voltei para casa e me envolvi com a história de nossa família”, diz ela, “compreendi que talvez pudesse exercer uma grande influência na salvação das almas ao fazer a história da família e realizar as ordenanças no templo”.
A família Wu sente que o templo é uma das maiores manifestações do amor que nosso Pai Celestial tem por Seus filhos, devido a tudo o que Ele lhes oferece.
“O significado que encontro no templo”, diz Wilford, o irmão de Camilla, “é o amor de Deus por Seus filhos”.​

​Vendo a conexão​​
Chen-Yang Su-yuan ficou cega desde 1981, quando teve complicações depois de uma cirurgia de catarata. Mas o fato de perder a visão ajudou-a a encontrar o evangelho e, em última análise, auxiliou-a a compreender a importância do trabalho no templo e da história da família.
Tendo ficado cega recentemente, a irmã Chen não imaginou que as duas moças que bateram à sua porta pedindo-lhe um copo de água eram missionárias. Convidá-las para entrar fez toda a diferença em sua vida.
“A maioria das pessoas me considerava inútil por ser cega”, diz a irmã Chen. “Contudo, não era isso que Deus queria me dizer. Ele enviou as missionárias depois que perdi a visão para me ensinar que todos nós somos filhos de Deus, e que Ele nos resgatou por um grande preço. Aprendi o meu valor por causa do resgate pago por Jesus. Eu sou inestimável.”
Desde aí, a irmã Chen serviu em muitos chamados na Ala I de Chung Li, Estaca de Tao Yuan Taiwan, e também serve no templo desde 1992.
Mas, perder a visão não seria o único desafio que a irmã Chen teria de enfrentar. Em 1987, ela quase morreu com o desenvolvimento de um grande cisto, que exigiu a remoção de uma costela. Ela sobreviveu, mas as despesas médicas acabaram com as economias de toda sua vida. Ela ficou imaginando por que Deus simplesmente não a levou.
Ela disse que a resposta Dele foi: “Você ainda tem muitas coisas a fazer”.
Não muito depois, sentiu-se motivada para fazer o trabalho de história da família.
“Eu fiquei imaginando como iria fazer genealogia, sem poder enxergar” diz ela. “Mas o sentimento continuou.”
Com a ajuda de uma amiga querida, pesquisou 22 gerações de sua linhagem familiar principal, e ela mesma realizou todas as ordenanças pelas mulheres. Agora trabalha com ramos familiares indiretos. Em sua caminhada, passou a valorizar o forte vínculo existente entre o trabalho do templo e o de história da família.
“Existem muitas ordenanças que recebemos no templo, e todas elas são importantes”, diz irmã Chen. “Mas precisamos fazer a história de nossa família. Não podemos realizar essas ordenanças por nossos ancestrais sem fazer antes a nossa genealogia.”
“A história da família e o trabalho do templo são uma coisa só”, diz o Élder Dennis B. Neuenschwander, dos Setenta. “A pesquisa da história da família deve ser a principal fonte de nomes para as ordenanças do templo. As ordenanças do templo são a principal razão da pesquisa de história da família.”
Atualmente, a irmã Chen batalha contra uma nova doença e as sequelas de um pequeno ataque do coração. Vinte anos depois de perguntar a Deus por que sua vida fora poupada, viu-se fazendo a mesma pergunta — e recebendo a mesma resposta. “Eu já não lhe disse?”, sentiu-O dizer. “Você ainda tem trabalho no templo para fazer.”
Assim, a irmã Chen continua a passar uma semana por mês no templo.
“Estas são coisas que precisamos fazer por nossos ancestrais, porque eles não podem fazer por si mesmos”, diz ela.

​A Liahona, Agosto de 2003
Minha Primeira Designação na Igreja

Élder John A. Harris
Setenta-Autoridade de Área

Desenvolvi um sólido amor pela história da família ao descobrir minhas raízes na China, Grã-Bretanha, América Latina e Suíça.
Apenas algumas semanas depois de meu batismo aos 16 anos, o meu presidente de ramo convidou-me a freqüentar uma classe de história da família. Toda minha vida mudou em conseqüência daquela simples designação.
Como cresci no Uruguai tendo o sobrenome Harris, que não era nada comum (herdado de meu pai, que era inglês), eu já possuía um interesse natural em história da família por causa de minha origem singular, que incluía antepassados na Suíça e na China, assim como na Grã-Bretanha. As aulas fizeram com que o Espírito de Elias ardesse com maior vivacidade dentro de mim. Comecei a entrevistar meus avós, a preencher registros de grupo familiar, a completar gráficos de linhagem e a escrever minha história da família. Pouco depois de completar o curso, fui chamado para servir como professor de história da família.
Durante os poucos anos que se seguiram, por várias vezes recebi orientação espiritual ao trabalhar em minha história da família, e desde aquela época aprendi que acontecimentos como esses são comuns quando estamos envolvidos nesse grande trabalho.

Registros de Arquivo no Uruguai

Uma das experiências mais extraordinárias ocorreu quando eu tinha 19 anos de idade. Eu havia sido desobrigado do serviço como conselheiro na presidência do ramo para que pudesse aceitar a designação para ser o diretor de história da família da missão. Estávamos preparando-nos para uma visita de George H. Fudge, do Departamento Genealógico da Igreja em Salt Lake City; ele esperava microfilmar alguns dos registros vitais do Uruguai. Foi-me pedido que ajudasse a fazer os preparativos.
Naquela noite orei fervorosamente para que conseguisse fazer o que me havia sido solicitado. Mais tarde, deparei-me com uma manchete de jornal que dizia: “Genealogia no Uruguai”. A história falava a respeito de uma reunião de genealogistas uruguaios que iria acontecer. Então percebi que o jornal já era de vários dias. A reunião já havia ocorrido, mas mesmo assim decidi visitar o local mencionado na reportagem.
Na noite em que decidi fazer a visita, fui também designado a supervisionar uma reunião de jovens e tive que ficar na capela até às 21h30. Eu não tinha dinheiro para a passagem de ônibus, e assim fui a pé até o local onde a reunião havia-se realizado. Era tarde quando cheguei ao endereço. Toquei a campainha, na esperança de que alguém atendesse, e alguns minutos mais tarde um homem abriu a porta.
Apresentei-me, e o homem bondosamente permitiu-me entrar. O que ele disse a seguir deixou-me muito surpreso: “Fico feliz que você tenha vindo tão tarde, pois acabo de chegar. Se tivesse vindo alguns minutos mais cedo não teria encontrado ninguém em casa”. Logo fiquei sabendo que ele fazia parte do único grupo de genealogistas no Uruguai. Descobri também que o jornal havia publicado a história sobre a reunião apesar de ter sido solicitado a não fazê-lo.
Pude marcar uma reunião do irmão Fudge com aquele grupo de eminentes genealogistas. Eles abriram os arquivos para ele. A pedido seu, alguns dos índices de registros de história da família do Uruguai foram microfilmados. Creio que estes tenham sido os primeiros registros microfilmados pela Igreja no Uruguai.

Um Poema Chinês de Gerações

Um segundo acontecimento significativo ocorreu alguns anos mais tarde, quando fui chamado a servir em uma missão no Peru. Meu avô, que não era religioso mas era o homem a quem eu mais respeitava, não queria que eu fosse. A minha família era de origem chinesa, e o meu avô era o patriarca. Em vários sentidos, a família era nossa religião, e a obediência e honra aos mais velhos eram o nosso código moral. Durante semanas meu avô não conversou comigo por causa de minha intenção de servir em uma missão. Uma semana antes de eu partir, ele me ofereceu um presente. Deu-me um aparelho de barbear que usei durante a missão—um aparelho que tenho até hoje. Ele era um homem amável. Para ajudá-lo a sentir-se melhor com respeito à minha missão, disse a ele que faria o que pudesse para encontrar seus parentes que moravam no Peru.
Durante os três primeiros meses da missão, conheci Guillermo “Willy” Hauyon, sobrinho de meu avô. Disse a Guillermo que havia ouvido dizer que existia um poema chinês na família, do qual cada geração tirava uma palavra e a incorporava aos nomes que recebiam. Para minha surpresa, ele localizou o poema e o copiou para mim. Quando retornei ao Uruguai depois da missão, pedi que meu avô transcrevesse o poema de seu próprio punho. Hoje ele é uma preciosa lembrança de meu avô e de minha herança. O poema contém 48 caracteres chineses e é utilizado para fazer o controle das gerações; desde aquela época tem-se provado inestimável em ajudar a determinar relações familiares.
Alguns meses depois de encontrar o poema—enquanto servia no escritório da missão—viajei para Trujillo, no Peru. Ali conheci Elsa Hauyon, que na época tinha 82 anos de idade. Descobri que ela era prima de meu avô, o único parente que se havia criado com ele na China e que cheguei a conhecer. Fiquei horas conversando com ela, registrando os nomes dos irmãos e irmãs de meu avô. Fiquei sabendo que havia 13 deles e não apenas os quatro dos quais meu avô falava. Com a ajuda de Elsa, tracei também a genealogia da família até chegar ao fundador da cidade natal de meu avô.
Ancestrais Suíços no Peru

Outro acontecimento sagrado relativo à história da família também ocorreu enquanto eu servia como missionário. Ao chegar ao Peru, fui designado a trabalhar em Callao, o porto da Cidade de Lima. Foi um fato bastante surpreendente porque, sem que eu soubesse na época, os jazigos de meus ancestrais suíços ficavam naquela mesma cidade. Um parente chegou a contar-me sobre os jazigos, mas não consegui encontrá-los antes de ser transferido para outra cidade.
Contudo, acredito que o Senhor queria que eu encontrasse meus ancestrais. Apesar de os missionários raramente serem designados para o mesmo ramo duas vezes, isso aconteceu comigo. Quase um ano mais tarde voltei a Callao, e desta vez descobri que havia dois cemitérios nas proximidades, um onde os meus ancestrais da família Schlupp encontram-se sepultados, e outro onde os registros da família (que remontam a 1820) estão guardados. Ao procurar entre os registros, finalmente deparei com aquilo que estava procurando: “Elizabeth Schlupp, 57 anos, sepultada em 16 de setembro de 1875; Ana Maria Schlupp Kruse, 66 anos, sepultada em 24 de janeiro de 1918”. Havia encontrado meus ancestrais suíços!
Eu estava extasiado. Finalmente tinha conseguido completar quatro gerações da história de minha família. De todos os lugares para os quais eu havia sido designado, o Senhor me havia chamado não uma vez, mas duas, a Callao—o local onde eu conseguiria localizar meus ancestrais suíços

Uma Impressão Duradoura

Todos esses acontecimentos maravilhosos ocorreram durante os seis anos após meu batismo. Quando me recordo de minha juventude, percebo o quanto meu testemunho da Igreja e de sua divindade foi fortalecido pelo trabalho com a história da família e pelo Espírito de Elias. Posso verdadeiramente dizer que senti a influência do Senhor muitas vezes ao voltar o coração aos meus ancestrais. Aquele sentimento, despertado por meu presidente de ramo, que foi inspirado a fazer-me iniciar em história da família aos 16 anos, ecoa ainda hoje dentre as mais sagradas experiências de minha alma.
O Élder John A. Harris é Setenta-Autoridade de Área e serve na Área Utah

​

A irmã Terry Lynn Fisher escreveu:         

Quando meu marido e eu estávamos casados há menos de um mês, ele precisou receber treinamento militar básico e outrostipos de treinamento. Não tive permissão de acompanhá-lo. Assim, durante os
seis meses em que ficou fora, fiquei em Provo, Utah, e trabalhei. Essa não era a idéia que tinha de vida conjugal — meu marido a quase 20 mil quilômetros dedistância e impossibilitado de voltar para casa até mesmo para uma visita. Eu era uma esposa muito triste.
Certa noite durante esse período, fui acordada de um sono profundo por uma voz que me veio à mente. Enquanto ouvia o que estava sendo dito, percebi que meu trisavô [George Wilkie] estava falando comigo. Continuei deitada por um momento, ouvindo e pensando. Meu trisavô estava pedindo que eu selasse sua
família a ele. Ele vivera nos Estados Unidos nos meados do século 19. Devido à Guerra Civil e às condições econômicas anteriores à guerra, ele (…) permanecera muito tempo longe de sua amada esposa e de seus quatro filhos. Por fim, ele acabou morrendo na Guerra Civil, a serviço do país.
Eu tinha uma cópia das cartas que George Wilkie havia escrito para a família e das cartas que eles lhe enviaram nos longos períodos em que esteve fora. Eu também havia lido seus diários. Esses diários e cartas refletiam o amor que tinham uns pelos outros, assim como o desejo de estar juntos novamente.
Meus antepassados não eram membros da Igreja e não receberam as bênçãos do evangelho. Agora, no meio da noite, lá estava meu trisavô Wilkie dizendo: ‘Terry Lynn, por favor, providencie nosso selamento. Quero permanecer junto deles por toda a eternidade. Por favor, providencie as ordenanças do templo por nós! Você está distante de seu marido — imagine isso por toda a eternidade. É terrível! Quero ser selado a minha esposa’. Então, a voz se foi, tão rapidamente quanto havia surgido.
A princípio, pensei estar imaginando coisas e continuei deitada, pensando em meus trisavós. Tomei a decisão de fazer a genealogia por eles e de que me ocuparia disso quando tivesse tempo. Aí comecei a adormecer. Assustei-me quando a voz retornou e disse praticamente a mesma coisa, só que, dessa vez, instando-me a fazer o trabalho logo. Decidi fazer alguma coisa a esse respeito no dia seguinte. Mas
parece que meu trisavô sabia que, no dia seguinte, eu me distrairia, porque me falou uma terceira vez, e disse que eu deveria fazer alguma coisa imediatamente!
Eu quase não podia acreditar no que estava acontecendo, mas, no meio da noite, levantei-me e comecei a trabalhar na genealogia dele. Separei vários papéis e registros e encontrei as informações de que precisava para começar. Em seguida, escrevi cartas solicitando certidões de nascimento, casamento e atestados de óbito. Depois de ter feito tudo o que podia naquela noite, finalmente voltei a dormir.
Trabalhei muito em minha genealogia durante os seis meses em que meu marido esteve fora. Finalmente, pude ir ao templo com meu primo e selar meus trisavós. Posso testificar que senti a presença deles no templo. Eu sabia que, finalmente, eles poderiam ficar felizes e juntos por toda a eternidade” (“Please Do My Work”, Ensign agosto de 1983, pp. 54–55)
.



História do Presidente Woodruff  quando serviu como presidente do Templo em St. George, Utah

 Foi nesse templo que, pela primeira vez, foram realizadas investiduras em favor dos mortos nesta dispensação. (Ver Doutrinas de Salvação, vol 2. pp. 166–167.) Enquanto trabalhava nesse templo, muitos “homens importantes” que já haviam morrido apareceram em espírito ao Presidente Woodruff. “Os espíritos dos mortos reuniram-se a minha volta, esperando para saber por que não os redimíamos. Eles disseram: ‘Vocês vêm utilizando a Casa de Investiduras há vários anos e, mesmo assim, nada foi feito por nós. Nós construímos o alicerce do governo de que vocês atualmente desfrutam e (…) permanecemos fiéis a ele e fomos fiéis a Deus’. Eles eram as pessoas que assinaram a Declaração da Independência [dos Estados Unidos da América], e permaneceram comigo durante dois dias e duas noites. (…) Eu segui diretamente para a pia batismal e chamei o irmão McAllister para batizar-me em favor das pessoas que assinaram a Declaração de Independência e de cinqüenta outro homens importantes, perfazendo o total de cem pessoas, incluindo John Wesley, Colombo e outros.” (Discourses of Wilford Woodruff, G. Homer Durham (org),1946, pp. 160–161.)



Segue o texto integral da oração dedicatória oferecida pelo Presidente Gordon B. Hinckley, dedicando o Templo de Campinas, São Paulo, Brasil, no domingo, dia 17 de maio de 2002.

Por Gordon B. Hinckley
"Ó Deus nosso Pai Eterno, Tu grande Eloim, nos curvamos nossas cabeças ante Tu em solene e reverente oração nesse dia de dedicação. Nos reunimos para apresentar a Ti esta Tua santa casa. Nós nos aproximamos de Ti em nome de Seu amado Filho, nosso Redentor, o Senhor Jesus Cristo.
Nossos corações estão cheios de gratidão. Como somos gratos por esta bela e santificada estrutura.
Agindo com a autoridade do santo sacerdócio que vem de Ti, e em nome de Jesus Cristo, nós dedicamos e consagramos a Ti e a Teu amado Filho esse, O Templo de Campinas Brasil de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Ele possui em sua entrada a inscrição “A Casa do Senhor.” Ela é Tua, a oferta de Teus filhos e filhas que O amam e honram.
Dedicamos à terra que cresce esta bela vegetação. Nós dedicamos os alicerces, as fundações, as paredes e do topo coroado com a figura de Moroni.
Dedicamos todo o interior, o batistério, as áreas das ordenanças iniciatórias, as salas de investidura, a bela sala celestial, as salas de selamento, e todas as outras áreas e espaços desta Tua casa. Nós dedicamos às estruturas auxiliares para o proposito para o qual cada uma foi construída.
Aceite este belo templo como um presente a Ti.
Somos gratos pela plenitude do eterno sacerdócio restaurado através do Profeta Joseph Smith. Nessa, Tua casa, as chaves do sacerdócio serão usadas em beneficio tanto dos vivos como dos mortos. Aqui nós O honraremos levando a efeito a grande obra de salvação e exaltação feita possível através do sacrifício expiatório de Seu amado Filho, nosso amado Senhor. Aqui seremos abençoados com as bênçãos que apenas os fiéis podem receber nessas casas sagradas. Aqui Seus filhos e filhas farão convênios Contigo. Aqui nos sagrados altares maridos e esposas, filhos e pais serão selados juntos como famílias. Aqui o Santo Espirito da Promessa fara daqueles selamentos eternos e perpétuos.
Aqui ocorrerá um grande e dedicado serviço em beneficio daqueles que passaram através do véu da morte, que possam ser libertados das prisões aonde tem sido mantidos, muitos deles por séculos. Aqui um trabalho desinteressado de amor acontecerá. Agradecemos-te por cada benção, por cada oportunidade que nos será oferecida neste lugar.
Abençoe todos os que vierem a esta casa que possam ser dignos em cada aspecto, para que possam ser limpos e aceitáveis perante Ti.
Nós invocamos Suas bênçãos sob o presidente deste templo e seus conselheiros, suas esposas e famílias, que a eles possam ser conferidas forças, vitalidade e energia para levar adiante o Seu trabalho nesta casa. Nós oramos por todos aqueles que servem com eles que também possam ser abençoados com um espirito de amor e consagração.
Abençoe Seus santos nessa grande nação do Brasil. Que ao andarem em obediência perante Ti, os céus possam ser abertos e que as bênçãos desçam como a chuva sobre eles. Que a fé cresça no coração de Seu povo. Que seus testemunhos não desfaleçam. Que possam procurar a Ti com amor e confiança.
Nós oramos pela causa da paz em todo o mundo. Que os homens em todos os lugares possam abandonar seus próprios caminhos e voltar-se a Ti por sabedoria. Deixe Seu Espirito brotar em todas as nações e que toque os corações de Seus filhos e filhas em toda a parte.
Que Sua Igreja prospere em todas as partes da terra. Velai por todos aqueles que têm saído pelo mundo como mensageiros da verdade eterna. Os proteja do mal e da injuria. Guie-os para aqueles que aceitaram essa mensagem. Fortifique-os contra todas as adversidades.
Agora, querido Pai, aceite nossa gratidão. Aceite nosso amor. Aceite essa, Tua casa. Que Seu santo Espirito habite aqui sempre. Tudo isso fazemos na preparação para o dia em que Teu Filho vira para reinar como o Rei dos reis e Senhor dos senhores.
Como Seus humildes filhos nós oramos em nome de nosso Redentor, o Salvador do mundo, mesmo Jesus Cristo, amém."

© 2013 - Centro de História da Família - Estaca Nova Iguaçu

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